quinta-feira, 13 de agosto de 2009

{] Pitaco final da autora [}

Sou Nathi Bittencurt, prazer. Valeu tu ter lido todas essas coisas até aqui.

Comecei isso em outubro de 2008. Outra época, outro tudo. Era um tempo ocioso, estava no final do ensino médio, não trabalhava, basicamente não tinha nada pra fazer. Depois nunca mais mexi aqui, como podem ver nas datas das postagens. Não tinha inspiração nem vontade de seguir contando coisas sobre JP.

Inventei JP completamente. Nenhum personagem foi reflexo de pessoas da realidade, principalmente JP. Fiz os 4 primeiros capítulos em outubro e o resto todo hoje, neste dia, neste agora. Por quê? Porque ontem à noite me senti igual à JP, me senti tão igual a ponto de no meio da minha indignação com a realidade me lembrar dele do nada, imediatamente. A decepção me fez lembrar da mesma decepção em que vivia mergulhado JP. Minha decepção não foi amorosa, mas também era na interpretação de uma demonstração de afeto que, sendo dentro da família, toma quase as mesmas proporções. Pro JP quis que ele se chocasse com a opinião master ignorante da guria que ele tanto desejava, à ponto de sair dela e embarcar numa mulher de verdade que era Betina, já conhecida de vocês, e isso tornou as coisas mais fáceis.

Em 13 de agosto de 2009 termino a saga do JP, ahuehaue, muito feliz por seu fim. Aí vocês pensam 'pô, mas tu não deu rumo nenhum pra ele'... É, realmente, não dei direção nenhuma pra ele. Só que pra tomar um norte e seguir qualquer caminho, é preciso saber o que deixar pra trás. Ele deixou tudo pra trás, JP largou.

10° - Um final, um começo, um sentido para o endereço do blog.

Pessoas que nunca quiseram saber quem era o cara da sala dos pc's deram por sua falta, começavam a perguntar por ele. Gente que mal sabia o significado da sigla JP.

Já não havia o vazio em casa, já não havia a sensação de inutilidade no emprego. JP saiu de casa, saiu do xerox, saiu de tudo o que não precisava. JP largou.

9° - Quem te viu e quem te vê

Na mesma memorável noite, num bar da Cidade Baixa à quilômetros dali, bebia escorada num balcão de pernas cruzadas Betina.

_ Rick, traz mais uma pra mim, sim?

_ Tá na mão. - afirmou o garçom.

Betina foi até o banheiro, ao voltar viu de longe um cara chegando, de mochila surrada e passos calmos. Sentou-se ao lado dele e começou um papo. Achou-o interessante, mesmo que discreto conseguia dizer o que queria, e assim conversaram bastante entre uma gargalhada e outra.

_ Então eu posso te chamar de JP mesmo?

_ É claro que pode.

JP também curtiu ela, porém não pôde julga-la discreta, pelo contrário. Seu desprendimento em falar e sorrir sendo leve e segura ao mesmo tempo deixou JP confortável pra ser ele mesmo, ou seja, alguém que nunca foi.
 
Cruéque - Porta bate e chave cai; eles chegaram no apartamento de Betina.

8° - O peso das coisas

Naquele momento, dentro do liquidificador que era a cabeça de JP, não pesava apenas a mente burra de Flávia. Pesavam as noites sem uma conversa normal com o pai em casa, pesava seu emprego que não lhe acrescentava nada a não ser mãos secas de tanto manejar papéis, pesava o fato de não ter nada ao redor que lhe fizesse realmente bem.

No dia seguinte seu pai não chutou a cama para lhe acordar, pois JP não estava lá. Quem queria qualquer serviço na sala do xerox e dos pc's pedia para Rebeca. Ela assumiu o lugar de JP.

Naquela noite houve festa do dia das bruxas no colégio. O mesmo nerd que ferrou JP me contou que Flávia ficou aos amassos com nada mais nada menos do que Digo.

7° - Respire.

_ Boooh! - geral no pátio.

_ Ái que romââântico! - uma guria da 6ª série.

_ É um otário mesmo. - sentenciou um cara do 3° ano.

Todos que chegavam na escola podiam ver, colados na parede papéis que juntos em formato de coração diziam "Flávia minha princesa". Até que a princesa dele chegou.

_ Áááirrh eu vou MATAR quem fez isso!

Um nerd por perto não conteve seu dedo.

_ Foi JP.

Tac tac tac tac tac tac. Cada vez mais rápido, tacqueavam os saltos de Flávia até a sala do xerox.

_ JPÊEEEEEEEEEEEE!

JP achou que então chegara seu momento, sua hora, sua ascenção. Finalmente ficaria com a gostos... Quer dizer, com a princesa de seus sonhos.

_ Sim, Flávia!

_ Tu é um idiota mesmo, né JP?! Quem mandou fazer aquilo pra mim, quem disse que eu ia gostar? Escrito em vermelho, em formato de coração, RIDÍCULO!

_ Ah não gostou é? E o que tu me diz do que o Digo fez contigo?

_ Ele pelo menos mostrou meu corpo, pegou ângulos bons, teve bom gosto até. Se teus cartazes tivessem um arranjo um pouco mais moderno, num rosa neon, meio sem nexo assim, com mais style, até ficaria show.

Pausa dramática em respeito você, amigo leitor, que neste momento quer espancar Flávia assim como eu.

6° - A glória

Não demorou pra toda fucking escola ficar sabendo das fotos. Mais alto que os murmurinhos eram os gritos pelo corredor de Flávia.

_ Áái que nooojo daquele Diigo!

Gritinhos estéricos insuportáveis, incalculáveis, intermináveis.

Os dias passavam e JP encontrava Flávia aqui, Flávia ali... Fazia cópias e encadernava trabalhos pra ela há meses, sem nunca conseguir arrancar um oi sequer. Hoje ele tentou.

_ Oi, Flflflávia.

_ Oi, JP. Me empresta o papel pardo porque a sôra de biologia pediu.

Eis um dos dias mais felizes da vida do cara. Pensou que não poderia estacionar por ali, não, isso não! E pensou mais.

5° - Tá, Rebeca, tá...

Quando tu gosta tu não quer nem saber. Qualquer coisa que atinja tua mina te atinje também. JP podia não ser a mais ligada das pessoas, mas ver aquele bando de caras folgando na sua guria mexeu com ele, poxa. Só que eles eram muitos, e ele era nem metade de um. Preferiu continuar a colocar espirais num bloco.

_ Aquilo? Fotos da Flávia trocando de roupa, deve ter sido o Digo. - respondeu JP pra Rebeca.

_ Hum. E tu, o que vai faze hoje depois daqui?

_ Vou pra casa.

_ Eu tava pensando na gen...

_ Eu vou pra casa.